quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Queda Livre

Este é o meu ano da decepção.

Acho que nunca vi tantas expectativas minhas terminando em frustração em um espaço tão curto de tempo. Estive olhando os gráficos da minha vida e comparei minhas realizações com meu grau de satisfação. Olhando apenas para a linha das realizações, me considero alguém acima da média. Mas quando olho para meu declinante grau de satisfação, me vejo cumprindo a maldição que reza que realizações e satisfações só se encontram se estiverem baseadas em nossa essência.

Eu acho que traí minha essência. Vivo uma nova adolescência ao me aproximar dos 40 anos sem saber se estou pronto para encarar o que ainda vem, ou se prefiro ficar amargando as desilusões que já vivi. Qualquer que seja a minha opção, não escapo de experimentar mais um pouco do fel da vida.

Não adiantam mais os manjados trocadilhos de autoajuda, as frases de efeito e todas esta besteirada de “everything's gonna be allright”. Sou parte do gado mais bovino da terra, que pasta assustado no meio de uma savana de predadores perniciosos. A consumação é só questão de tempo.

Sinto pena daqueles que estão a cair de um prédio de 70 andares e comemoram com bolo, festa e velas quando passam velozmente por cada andar rumo ao chão... e todos fazendo planos. É claro que é para se esquecer tanto da condenação quando da execução da sentença.

Enfim, diriam os otimistas, vamos aproveitar que a festa vai acabar.

A festa já acabou faz tempo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Gosta de Vinhos Caros?

Gosta de vinhos caros? Não faz diferença? Não faz mesmo.
Veja a matéria no UOL clicando aqui.
Eu sempre achei que, mesmo gostando de vinho, depois dos R$ 50,00 meu paladar não era capaz de entender a diferença. Me achava um despaladarizado. No final, não sou.
No final, no final mesmo - apenas vaidade.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Liderar

Sabemos que liderar não é das tarefas mais fáceis.

As pessoas desejam líderes que as conduzam para onde elas querem ir, mas nem sempre para onde elas precisam ir. Logo, ser líder é saber a diferença entre querer e precisar. O mundo chegou onde está porque há mais líderes que fazem o que querem do que aqueles que fazem o que é preciso.

E nós sabemos que é necessária muita coragem para escolher entre uma coisa e outra. Logo, um bom líder tem que ser corajoso e fazer o que tem que ser feito, em detrimento daquilo que gostaríamos de fazer.

Por fim, um bom líder tem que distinguir entre a vontade maior, que orienta o universo e a vontade coletiva dos liderados, que nem sempre está em harmonia com a primeira. Logo um bom líder tem que ser sábio.

Embora todos, de alguma forma, queiram ser líderes e até experimentem a liderança em um momento ou outro, nem todos estão prontos para fazer isso. E aqueles que estão prontos não querem. Logo, um homem lidera outros porque precisa fazer isso, mas dificilmente porque quer. Porque se ele faz apenas porque quer, ainda não discerniu a diferença entre querer e precisar. Então ainda não está pronto para liderar.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Prostituição Social

Acabo de ler que ex-participantes de um destes irreality shows estão cobrando até vinte mil Reais para ficarem duas horas em uma festa. São dois absurdos. Primeiro alguém cobra para fazer um "social". Segundo alguém paga. Uma verdadeira prostituição social.

É exatamente como na prostituição sexual. O sujeito é tão incapaz que, para ter companhia, tem que pagar. No caso em questão, o sujeito é tão irrelevante e seus convidados tão idem, que é necessário pagar para um suposto importante ficar lá por umas duas horinhas.

Ah nosso mundo de aparências... Já diziam que as pessoas gastam dinheiro que não tem, para compra coisas de que não precisam, para impressionar pessoas de quem não gostam. E não é isso o que acontece o tempo todo? Ninguém se permite avaliar pelo que é, mas pelo que tem. E as pessoas não valem mais que isso mesmo. Não há preocupação com o ser em si. A única coisa que vale é o que você tem.

Na década de 30, muitos especialistas diziam que em apenas mais uns 50 anos, a tecnologia teria avançado tanto que deveríamos trabalhar apenas dois dias por semana. O tempo restante seria usado para coisas mais nobres como aumentar a cultura, fortalecer laços fraternos e etc. A tecnologia, de fato, chegou, mas cadê o tempo extra para fazer coisas mais louváveis do que trabalhar ensandecidamente? Ora, o tempo extra é usado para trabalhar mais para comprar "besteiras" que não só não existiam na década de 1930, como são supérfluos hoje vendidos como indispensáveis. As pessoas aceitam o engodo e se matam para comprar e manter um monte de coisas sem as quais viveriam normalmente.

Então é isso. Continue vendendo seu tempo e afeto para comprar bugigangas. No final, tudo fará uma diferença enorme. Espere para ver...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mais um final de ano

De novo.
Se você está lendo isso e puder fazê-lo nos próximos dezembros, poderá acompanhar que nada mudou, ano após ano.

Você vai passar pelo carnaval, páscoa, dia das mães, dia dos pais, natal e ano novo. Vai ter que ligar para um monte de 'amigos' e felicita-los não sabe pelo quê. Vai gastar dinheiro comprando alguma bugiganga para dar de presente a alguém que completou um ciclo de mais 12 meses de vida. Aliás vai ficar meio resignado porque não entende por que é que alguém pode ficar feliz em receber um presente se sabe que você será obrigado a dá-lo. E ai de você se esquecer. E qualquer presente que você der fora destas épocas não vão redimi-lo caso se esqueça nas referidas datas.

Vai ter que participar de algum dia de “alguém” ou “algo” e pode até ser que peçam para você fazer discurso. Vai fazer as mesmas besteiras que tem feito e que fizeram antes de você sabe-se lá desde quando.

É assim que funciona. Você vai ser convencido de que isso é o que importa na vida. Todo o resto existe em função disso. Você rala 300 dias por 10 festas no ano. Aí tira um monte de fotos de tudo e depois coloca no seu site preferido de relacionamento.

O importante é que nesse processo, não deixemos de comer nossa grama sem erguer muito a cabeça. Porque se fizermos isso, corremos o risco de descobrir que essa ilusão toda é só para nos manter fazendo a nossa parte subserviente e conveniente nesse rebanho de condenados.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Vanusa e Mico Nacional

Essa é muito boa. Se ainda não viram, apontem seus navegadores para:

Vanusa canta mico nacional.

E assistam uma interpretação interessantíssima do Hino Nacional Brasileiro.

Acredito que tenha sido a mais providencial e contextual de todas as interpretações. A coisa está tão descontrolada e desavergonhada no comando da nação que um hino da loira doida é o dingle da hora. E os caras ficam impávidos, assistindo a coisa como se fosse mesmo séria.

Parabéns à Vanusa hehehe. De todas as coisas que ela já produziu, esta foi a mais brasileira.

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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Quer virar um diamante?

Imaginem!
Criaram uma forma de converter defuntos em pedras preciosas (leia mais clicando aqui).
Se você tiver dinheiro, ao invés de virar grama, ou goiaba de cemitério, poderá se tornar um belo diamante. Dizem até que os diamantes criados com esta técnica têm cor que varia de acordo com a "personalidade" do morto. Sabe aquelas pessoas que dizem que têm uma personalidade forte? Então, é uma pena que não poderão conferir a cor do diamante em que se converteram.
Os ricos sempre inventam formas nobres de desaparecer. Quem não fica maravilhado com as pirâmides? E com o cemitério da Consolação? Tem criptas lá muitas vezes mais caras do que muitas casas. O morto mora melhor que muito vivo. E agora os mortos serão eternizados em pedras.
Doce e derradeira ilusão. Como diz lá em Eclesiastes: “Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; a mesma coisa lhes sucede, como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. Todos vão para um lugar; todos são pó e todos ao pó tornarão...
O mais engraçado disso tudo é que era mania usar dente, osso, pata, marfim de bicho morto. Agora vamos começar a andar com pedaço de "gente" morta pendurado pelo corpo. O sábio estava ou não estava certo?